sexta-feira, maio 18, 2012

Casa Acessível e amigável


Construir uma casa acessível não se resume a pensar em pessoas com mobilidade reduzida. É necessário possibilitar a todos uma vida melhor


Os pisos antiderrapantes são importantes para evitar quedas. A Gyotoku, em parceria com o arquiteto e paisagista Benedito Abbud, desenvolveu o piso Drenac para ambientes externos. Antiderrapante, o produto evita a formação de poças, garantindo segurança e facilitando a locomoção. Preço sugerido: R$ 135 o m² (20 x 20 wcm)

A chamada arquitetura universal projeta ambientes para que todos possam usar - pessoas em cadeiras de rodas, com dificuldades de locomoção ou mesmo idosos que precisam de cuidados especiais. "Trata-se de pensar em uma casa acessível e amigável para toda a família, em projetos que não prezem apenas a facilidade de acesso, mas também itens que permitam um uso seguro e simples da casa, diminuindo seus riscos", afirma a arquiteta Sandra Perito, do Instituto Brasil Acessível.

De acordo com Sandra, o ideal é trabalhar a acessibilidade de uma casa ainda em seu projeto. "São diversos detalhes que precisam ser atendidos em uma casa acessível, e durante uma reforma, muitas vezes, isso não é possível ou o custo torna-se inviável." A arquiteta cita o exemplo dos interruptores, que em uma casa acessível precisam ser iluminados e ficar a 45 cm do piso. "Imagine trocar todas as caixas de interruptores de uma casa e seus acabamentos em uma reforma. O custo seria muito alto", complementa.


A BANCADA NA COZINHA (projeto Sandra Perito) possui duas estações de trabalho em desnível, uma com vão embaixo, possibilitando a utilização por peso as em cadeiras de rodas. A torneira tem alavanca de girar, fácil de manusear, e o piso é antiderrapante

Além das noções da arquitetura universal para se construir uma casa ou reformar um ambiente, para alcançar a acessibilidade os arquitetos contam com as diretrizes da NBR 9050. "Ela ajuda a direcionar o que precisa ser reformado nos ambientes, tanto em espaços públicos como em residências particulares", afirma Mariana Alves, arquiteta especializada no assunto. "O que mais acontece hoje é a reforma de certos ambientes para que se adaptem às novas condições do morador, seja por uso de cadeira de rodas ou dificuldade de locomoção de um idoso", completa.

Os espaços que precisam de mais cuidado na hora de reformar são o no banheiro e a cozinha. "Nos outros você pode arrumar os móveis ou abrir mais espaço, mas na cozinha e banheiro precisamos trocar peças, piso e instalar componentes de segurança.".

MARÍ ANÍ OGLOUYAN PROJETOU este apartamento acessível para um cadeirante, considerando as necessidades do proprietário. Na entrada do banheiro, junto ao vaso (louças Deca), portas de correr e barras facilitadoras de acesso (Keuco), fornecidas pela Metalbagno Spazi. As pastilhas pretas usada no revestimento são da Colormix


O ARMÁRIO REVESTIDO DE ESPELHO posicionado mais baixo do que a altura convencional fica facilmente acessível para o cadeirante, assim como os interruptores de luz. Iluminação da Labluz

Itens obrigatórios 
Produtos e algumas lições básicas ajudam a trazer mais segurança para uma casa. "Os tapetes devem ser retirados, para diminuir o risco de quedas e de que enrosquem na cadeira de rodas. As maçanetas devem ser do tipo alavanca, que facilitam o uso, e as áreas de circulação devem ter 1,2 m de diâmetro", afirma Mariana.

Entre os produtos que ajudam a deixar a casa mais acessível estão as barras de apoio, que podem ser instaladas dentro do banheiro - ao lado do vaso sanitário e no interior do box. No banheiro, cozinha e áreas externas é preciso colocar piso antiderrapante.

No boxe do banheiro o ideal é a instalação de portas de correr ou com abertura para fora, assim é possível ajudar uma pessoa em caso de queda. O assento removível para o banho também facilita o dia. "Além disso, a altura da bancada do banheiro precisa ser adequada e os móveis podem ser com rodinhas, para que não atrapalhem quem usa cadeira de rodas", sugere Sandra.

Já na cozinha é preciso planejar tampos com variações altura, e o recomendado é que a pia seja regulável, possibilitando o uso por pessoas com diferentes estaturas ou mesmo sentadas. E torneiras do tipo alavanca ou cruzeta, que permitem o fácil acionamento.

Outros itens tecnológicos como sensores de presença, alarmes de emergência e interruptores remotos ajudam a deixar a casa mais segura e amigável.


O BOX TAMBÉM É EQUIPADO com barras facilitadoras de acesso e a porta de vidro (AZV ) de três folhas tem abertura bem ampla para permitir a passagem de andador ou cadeira de rodas. Os acessórios são da Interbagno




NESTE BANHEIRO ACESSÍVEL , da arquiteta Sandra Perito, o boxe abre para os dois lados, 80 cm de vão, para a entrada da cadeira de rodas. As barras de apoio oferecem segurança na hora do banho, assim como o alarme de emergência instalado dentro do boxe. Na bancada, os móveis com rodízios deixam o espaço livre.

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